1.
DA
PRÉ-HISTÓRIA PARA A HISTÓRIA
Para efeito de estudo, determinamos que a história
da humanidade começa com o aparecimento da escrita e tudo o que aconteceu antes
pertence à Pré-História. Trata-se de uma convenção que tem apenas uma função
prática, uma vez que os acontecimentos seguem um encadeamento constante, e
todas as divisões que fazemos são artificiais e servem apenas para facilitar o entendimento.
Por esse motivo seguimos aqui a divisão convencional.
A Pré-História é dividida em várias etapas, cujas
primeiras datam de cerca de 4 bilhões de anos. O que nos interessa conhecer é
um período bem mais recente, datado de cerca de 1 bilhão de anos, quando os
primeiros hominídeos passaram a deixar seus sinais sobre a Terra.
Foi no Pleistoceno (ou Período Glaciário) datado de
cerca de 1 milhão a 2500 a.C. que surgiram as espécies humanas primitivas. Culturalmente
esse período é denominado de Paleolítico inferior. As conquistas humanas desse
período foram o desenvolvimento da linguagem falada, o conhecimento do fogo, o
sepultamento dos mortos e a fabricação de armas e utensílios de pedra.
O período geológico seguinte, que se estende de
25000 a.C até os dias atuais, é denominado de Holoceno ou Recente. Sua primeira
etapa cultural foi o Paleolítico Superior, caracterizado pela fabricação de objetos
mais sofisticados como agulha e anzol, pelas manifestações artísticas e pela
magia.
Seguiu-se o Neolítico, durante o qual os seres
humanos passaram a praticar a agricultura (Revolução Agrícola), a domesticar
animais, a desenvolver a navegação e a criar as primeiras instituições.
A etapa mais avançada do Holoceno se caracteriza
pelo aparecimento das grandes civilizações da Antiguidade, com o domínio da
metalurgia do bronze e do ferro, o surgimento da escrita, da arte, da
tecnologia, da ciência e da literatura.
Cada uma das civilizações antigas do Oriente tem
suas especificidades, mas, no seu conjunto, tem fatores comuns. Vamos estudar
aqui essas semelhanças, que formam o modo de produção que denominamos Asiático
e também as características específicas de algumas daquelas civilizações.
Estima-se que os primeiros hominídeos já habitavam a
Terra há milhões de anos e, pelo processo evolutivo, chegamos ao Homo Sapiens
sapiens. Portanto, o ser humano de hoje é o resultado de um longo processo biológico
e cultural de hominização.
Fonte da imagem: http://www.ioc.fiocruz.br/abcnaciencia/html/word/?page_id=154
Ao mesmo tempo que a adaptação ao meio ambiente desenvolvia
habilidades intelectuais dos hominídeos – um dos animais mais frágeis do
ecossistema -,as novas habilidades desenvolvidas permitiam criar formas mais
complexas de organização social e melhor garantir a sobrevivência da espécie. A
principal arma de nossos antepassados foi a inteligência.
A hipótese mais aceita a respeito da origem dos
seres humanos diz que surgiram na África, de onde migraram para a Europa e
Ásia.Com relação a origem do homem americano, durante longo tempo acreditou-se
que os primeiros humanos teriam chegado ao nosso continente há doze mil anos,
em um período em que a glaciação teria formado uma ponte de terra e gelo entre
a Ásia e a América, no estreito de Behring, nas proximidades do Pólo Norte. Os
grupos humanos teriam então, migrado do Norte da Ásia para o Norte da América.
Com o passar dos séculos, teriam chegado ao sul do nosso continente.
Atualmente essa hipótese tem sido fortemente
contestada por arqueólogos que encontram em São Raimundo Nonato, no Piauí, indícios
de vida humana datados de 48 mil anos. Portanto, a presença humana na América é
anterior a doze mil anos. Essa questão ainda está em aberto, e não existe
consenso a respeito do tema.
1. A REVOLUÇÃO AGRÍCOLA
O ser humano começou sua vida em nosso planeta como caçado
e coletor e transformou-se em produtor de seu alimento. Esse talvez tenha sido
o maior salto dado pela humanidade. A
Revolução Agrícola, ou seja, a descoberta e o domínio da agricultura, que
ocorreu há cerca de sete mil anos, provocou a maior transformação na vida
material dos seres humanos.
A primeira mudança foi a possiblidade de os grupos humanos
deixarem de ser nômades e tornarem-se sedentários. A fixação em um só local
permitiu a prática da agricultura e a criação de animais, e a melhoria das
condições de vida provocou um crescimento da população. Começou a surgir a vida
em sociedade, aumentando a complexidade das tarefas e das relações animais.
A nova forma de vida levou a criação das cidades e
ao aparecimento do Estado. As sociedades arcaicas são sociedades sem Estado,
que se organizam conforme as tradições aceitas por todos, nas quais cada indivíduo
cumpre seu papel, mas ninguém é tido como superior. O chefe e o feiticeiro não
determinam o que o grupo deve fazer, apenas aconselham; os demais aceitam se quiserem,
e não existe nenhuma forma de coerção.
Nas
sociedades sem Estado, a vida coletiva é administrada por
uma pessoa ou por um grupo de pessoas. A participação popular, ou a influência
que a população exerce sobre aqueles que governam, tem variado de acordo com a época
e o lugar. Existem muitas formas de Estado, desde o poder absoluto de alguns
reis e ditadores, como os faraós, até as democracias mais modernas, em que os
rumos do país são decididos pela maioria da população e não pela vontade dos
governantes.
2. O MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO
As primeiras sociedades das quais temos notícia
organizaram-se a partir de alguns elementos comuns. A essas características,
presentes na vida politica, social, religiosa e econômica das civilizações mais
antigas, damos o nome de Modo de
Produção Asiático.
Suas principais características eram.
·
O poder
político tinha forte conotação religiosa. Em alguns lugares o governante
era considerado deus, em outros era o seu representante entre as pessoas. Quando
o governo era exercido por uma pessoa divinizada denominamos teocracia (teo, “deus”;
e cracia, “poder”).
·
A base da economia era a agricultura. As terras ou pertenciam ao rei ou aos
membros da elite. O trabalho no campo era feito por escravos ou por camponeses
livres que recebiam como pagamento uma pequena parcela da colheita.
·
O regime de trabalho era servil, mas
também se utilizava o trabalho escravo.
Em geral, escravizam-se os prisioneiros de guerra ou os povos conquistados.
Como na Antiguidade a guerra era uma atividade comum, os povos vencedores
estavam sempre abastecidos de escravos. Foi com o trabalho dos escravos que os
impérios da Antiguidade construíram sua grandeza material.
·
A estreita ligação entre o poder
político e a religião criava uma poderosa casta
de sacerdotes que se diziam encarregados de mediar as relações entre as
pessoas comuns e as divindades. Essas atividade garantia prestigio e fortuna
aos sacerdotes. As religiões eram politeístas, com exceção dos hebreus,
primeiro povo monoteísta.
·
Era comum a existência de uma elite terratenente (proprietária de
terras) e de uma elite militar. Em geral
o poder politico era exercido apenas pelo rei, mas as pessoas que pertenciam as
elites exerciam grande influencia.
·
Outra marca comum entre as primeiras civilizações
que conhecemos era a profunda divisão
social. Uma pequena parcela da sociedade formava as classes privilegiadas,
enquanto a grande maioria formava a massa de trabalhadores pobres, estrangeiros
escravizados ou pessoa livres exploradas até o limite de suas forças.
Fonte do texto: Adaptado PETTA, Nicolina
Luiza de. OJEDA, Baes Aparicio Eduardo. Coleção
Base: história: uma abordagem integrada. São Paulo. 1 ed. 1999.
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