Fonte da imagem: http://www.joelcassa.com/home/?p=642
Essa narrativa, sobre o cotidiano da
população de um pequeno povoado gaúcho no século XIX, é do escritor Érico
Veríssimo. Observe como se estabelecia a relação das pessoas com o tempo.
“Numa das cruzes (do cemitério) havia um
nome e uma pequena inscrição:
ANA TERRA
Descansa em Paz
Não
havia datas. Esse era um característico das gentes daquele lugar: ninguém sabia
muito bem do tempo. Os únicos calendários que existiam no povoado eram o da
casa dos Amarais e o do Vigário, o Padre Lara. Os outros moradores de Santa fé
continuavam a marcar a passagem do ano pelas fases da Lua e pelas estações. E quando
queriam lembrar-se de um fato, raros mencionavam o ano ou o mês em que ele
tinha se passado, mas ligavam-nos a um acontecimento marcante da comunidade. Diziam,
por exemplo, que tal coisa tinha acontecido antes ou depois da praga de
gafanhotos, dum inverno especialmente rigoroso que fizera gelar a água das
lagoas, ou então de uma peste que atacara o trigo, o gado ou as pessoas.”
Érico Veríssimo
Um certo capitão Rodrigo, p. 25 e
26.
Trecho citado no livro; PETTA, Nicollina Luiza de. OJEDA Baes Aparicio Eduardo. Coleção Base: história: uma abordagem integrada. 1 ed. 1999.
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