Fonte da imagem: http://mundoox.blogspot.com.br/2014_12_01_archive.html
Há uma questão que
precisa ficar clara antes de iniciarmos nosso trabalho com História. Você irá observar
que todos os acontecimentos foram datados: o Egito foi unificado por volta de
3000 a. C; a Mesopotâmia foi conquistada pelos persas em 539 a. C.; em 395 d.
C.; o Império Romano foi dividido em Império do Ocidente e Império do Oriente;
em 1942 d. C.; Colombo chegou a América, etc.
De onde surgiram essas
datas? Quem criou essa medição para o tempo? Será que os índios que viviam na
América Central, quando lá aportou Colombo, também pensaram que era o ano 1492
d.C.?
Certamente não! A
contagem do tempo muda conforme o lugar e a época....
O calendário serve para
marcar o tempo, tanto o que já passou como o que está por vir. Os gregos
antigos entendiam o tempo como um círculo que sempre se repete. Com base na
observação da natureza, eles percebiam que ocorre um processo de nascimento,
desenvolvimento, decadência e morte, que se repete continuamente. Na primavera,
as árvores florescem; no verão, dão os frutos; no outono perdem as folhas; no
inverno, parecem mortas. Voltando a primavera, elas renascem. Por essa maneira
de pensar o tempo, o envelhecimento e a morte não são consideradas desgraças. Pelo
contrário, são apenas a preparação para o novo. A passagem do tempo não causa
ruína, apenas renova.
Vamos voltar ao nosso
problema: de onde surgiram as datas que usamos para localizar, no tempo, os
acontecimentos. A sociedade ocidental começou a contar o tempo em antes de
Cristo (a. C.) e depois de Cristo (d. C.) a partir da Idade Média, quando a
Igreja Católica controlava a cultura. Usando as escrituras bíblicas, foi feito
um cálculo aproximado do ano em que Jesus Cristo nasceu. Até hoje isso é foco
de discussões das quais vamos passar longe, porque não interessam ao problema.
O ano que
corresponderia ao nascimento de Cristo foi determinado como sendo o ano 1 da
Era Cristã, ou ano 1 d.C, O que aconteceu antes desse ano passou a ser contado
de trás para frente e assinalado como a.C. Para facilitar o uso dessa datação,
os anos são agrupados em séculos, sendo que o ano I começou no ano 1 e terminou
no ano 100; o século II começou no ano 101 e terminou no ano 200, até chegarmos
ao século XX, que começou em 1901 e terminou no ano 2000. O século XXI iniciou
no ano 2001 e termina no ano 2100.
O tempo é uma convenção
criada para facilitar a nossa comunicação e o entendimento do que nos rodeia. Dentro
dessa perspectiva, historiadores criaram “períodos de tempo” para a sequência
dos acontecimentos históricos. A História foi, então dividida em quatro épocas:
Antiga (do aparecimento da escrita, por volta de 3.500-3000, até a queda do
Império Romano do Ocidente em 476 d. C); Medieval (de 476 d. Ca 1453, data da
tomada de Constantinopla pelos turcos); Moderna (de 1453 à Revolução Francesa
de 1789); e Contemporânea (de 1789 para a frente).
Essa datação, ainda
muito utilizada em vários matérias didáticos é, enfatizamos mais uma vez,
convencional e sua função é facilitar o estudo da História. É importante
ressaltar que ela não foi definida aleatoriamente: a passagem de uma época para
outra é marcada por mudanças significativas, isto é, são momentos em que as
sociedades já são bastante diferentes em relação aos que as caracterizava no período
anterior. Por exemplo, a passagem da Idade Média para a Idade Moderna é
determinada pela queda de Constantinopla, que assinala o fim do Império Romano
do Oriente (1453), mas o que realmente pesa nesse corte cronológico é o fato de
que a sociedade do século XV apresentava características muito diferentes da
sociedade medieval. Sendo assim, é possível considerar que parte da humanidade
já vivia em outro período histórico.
A grande ressalva a
esse procedimento é que ele leva em conta apenas a história do Ocidente,
sobretudo a história da Europa.
Fonte do texto: (Adaptado) PETTA, Nicollina Luiza de. OJEDA, Baes Aparicio Eduardo. Coleção Base; história uma abordagem integrada. São Paulo. 1 ed. 1999.
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